terça-feira, 8 de dezembro de 2009
Série Músicas Dentro de Mim: Eu não Gosto de Bom Gosto
Eu gosto dos que tem FOME, dos que MORREM DE DESEJO, dos que SECAM DE DESEJO, dos que ARDEM..."
E entre as coisas que eu detesto, eu detesto a suposta "monogamia" do casamento. Só há uma única e verdadeira fidelidade: Ao que somos! E se somos, ao deixar de ser "pelo outro", traimos a nós mesmo. O que é a monogamia? Nos comprometer a fazer sexo única e exclusivamente com uma pessoa para sempre? Independente do nosso desejo? Pois eu desejo muito, todos, todas, tudo!
Série Músicas Dentro de Mim: Bicho de Sete Cabeças
Não dá péNão tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito
Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...
Não dá pé
Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça)
Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça)
Não tem jeito mesmoNão tem dó no peito (Não dá pé, não é direito)
Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso)
O que você me fez desapareça (E você fez um)
Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças)
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!
E essa vontade, esse bicho de sete (mil) cabeças dentro de mim... A vontade de desestir, de ir, de arrancar, essa dor do peito, à faca e sangrar, e doer e morrer, junto com o bicho...
sábado, 10 de outubro de 2009
Sei das besteiras que faço.
segunda-feira, 28 de setembro de 2009
Série: Músicas dentro de mim
"Avassaladora, senta no seu colo, lambe o pescoço, morde a orelha, enfia a língüa por entre seus dentes, tomando toda a sua boca. Ela é louca muito louca e ele adora sua mão apertando o que deseja com calor e com carinho, ensinando o caminho da loucura e acabando com seu medo de não poder. E o macho se solta, se larga, se acaba na mão da rainha com todo prazer... E o macho desmonta num grito de gozo na mão da rainha e desmaia de tanto prazer"
quinta-feira, 24 de setembro de 2009
As besteiras de menina...
quinta-feira, 28 de maio de 2009
Já passei do começo...
quarta-feira, 27 de maio de 2009
sábado, 23 de maio de 2009
Essa palavra presa na garganta
Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil
Pai! Afasta de mim esse cálice
terça-feira, 28 de abril de 2009
Vem cá não tenha medo ...
"Infinito Particular
(Marisa Monte em composição de Arnaldo Antunes, Marisa Monte e Carlinhos Brown)
Eis o melhor e o pior de mim
O meu termômetro, o meu quilate
Vem, cara, me retrate
Não é impossível
Eu não sou difícil de ler
Faça sua parte
Eu sou daqui, eu não sou de Marte
Vem, cara, me repara
Não vê, tá na cara, sou porta bandeira de mim
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular
Em alguns instantes
Sou pequenina e também gigante
Vem, cara, se declara
O mundo é portátil
Pra quem não tem nada a esconder
Olha minha cara
É só mistério, não tem segredo
Vem cá, não tenha medo
A água é potável
Daqui você pode beber
Só não se perca ao entrar
No meu infinito particular"
domingo, 29 de março de 2009
segunda-feira, 23 de março de 2009
Para onde ir quando não se quer estar em lugar algum ?
Chega um tempo em que não se diz mais: meu Deus.
Em vão mulheres batem à porta, não abrirás.
Pouco importa venha a velhice, que é a velhice?
Carlos Drummond de Andrade
domingo, 8 de março de 2009
Hoje eu tô chutando o pau da barraca...
"This is a dog sucking 'manga' (manga is a tropical fruit)"
Você nunca acordou com uma vontade enorme de chutar o balde? Não? Nunca acordou querendo transgredir? Uma puta vontade de falar palavrão? Nunca acordou querendo mandar geral se danar ? Nunca teve vontade de fazer careta para as criancinhas da praça? Nunca desejou ser politicamente incorreto? Nunca desejou colocar lenha na fogueira? Nunca quis ligar um foda-se e seguir em frente “defecando e deambulando” ? Nunca quis passar a mão na bunda do guarda, sobretudo se o guarda for gostosão ?
Então hoje, hoje é exatamente este dia: O dia de chutar o balde. O dia de fazer o que der na telha. O dia de chamar urubu de meu louro. O dia de enfiar o pé na jaca. O dia de mijar fora do penico.
Para os que acreditam em astrologia. EU SOU ARIANA! Ascendente em Touro e Lua em Aquário. EU NÃO SOU CAPRICORNIANA! E vocês sabem a fama que os Arianos tem. Logo eu tenho que fazer jus a minha fama de má.
Todos os dias eu acordo e vou trabalhar. Trabalho até no final de semana. E no trabalho tenho que manter uma aparência que inspire total seriedade e confiança. Estar sempre bem arrumada, limpinha, bonitinha. Tenho que tomar cuidado com a aparência, com as palavras, com a imagem. Afinal, “a mulher de César não precisa ser honesta. Tem que parecer honesta”. Que vontade de trabalhar de bermuda, de camiseta branca, de havaianas. Que vontade de bocejar e de ouvir música no meio do trabalho. Esse modelão: trabalhar, trabalhar, ganhar dinheiro, pagar as contas, comprar, comprar, pagar cartão de crédito, ter apartamento com piscina, sauna e dois elevadores, granito no chão, jardins e um segurança enorme, de terno azul marinho e óculos escuro. Tem que ter computador. Desk top, lap top, palm top e top top. Puta que pariu, é muita chatice. Graduação, pós-graduação, MBA, TCC com normas da ABNT. Planilha disso, planilha daquilo. Access, Excel e Outlook. A vida em números. A vida em planilhas, gráficos e tabelas. A vida atrás da tela do computador e à frente da tela da televisão. A vida quadradinha, a vida que não desce redondo. A vida que não te dá asas.
Enfim “Eu vou tomar um porre de felicidade” porque “é hoje o dia da alegria e a tristeza nem pode pensar em chegar”. Estou tão cansada de ser certinha. Me segura ! aliás, não me segura! Eu hoje vou errar o caminho de casa. Vou fazer o que quiser e depois ter amnésia alcoólica. Nada de ressaca moral. Ressaca moral é para quem faz pouca merda. Mas hoje, eu vou me superar ...
sexta-feira, 6 de março de 2009
Bons companheiros para uma mulher em seu dia...
"De madrugada essa mulher faz tanto estrago. Tira a roupa, faz a cama, vira a mesa, seca o bar. Ah, como essa louca se esquece, quanto os homens enlouquece nessa boca, nesse chão. Depois parece que acha graça e agradece ao destino aquilo tudo que a faz tão infeliz. Essa menina, essa mulher, essa senhora em que esbarro toda hora. No espelho casual é feita de sombra e tanta luz, de tanta lama e tanta cruz que acha tudo natural" (Elis em Essa Mulher).
É o grito da Dona moral Todo dia no ouvido da gente
É que eu estou pela vida na luta Eu também sei
E meu caminho eu faço Nem quero saber que me digam dessa lei
É que sinto exatamente Aquilo que sente qualquer um que respira
Uma perna de calça Não dá mais direito a ninguém
De transar o que seja viver
Que uma mulher pode nunca é deixar

"Sou bem mulher de pegar macho pelo pé. Reencarnação da Princesa do Daomé. Eu sou marfim, lá das Minas do Salomão. Me esparramo em mim, lua cheia sobre o carvão. Um mulherão, balangadãs, cerâmica e sisal. Língua assim, a conta certa entre a baunilha e o sal. Fogão de lenha, garrafa de areia colorida. Pedra-sabão, peneira e água boa de moringa. Sou de arrancar couro..." (João Bosco)
quarta-feira, 4 de março de 2009
Álbum de Família
segunda-feira, 23 de fevereiro de 2009
Pensando em você ...

"Para que tú entres,
a veces de tristeza, el corazón se me abre.
Como una puerta tímida,
para que tú entres, el corazón se me abre.
Pero tú no vienes,
no vuelas más sobre los campos.
En vano mi corazón
a la ventana de su dolor se asoma.
Pasas de largo,
como si el viento
soplase sólo para allá.
Pasa la mañana y no viene la tarde.
Y el corazón se me cierra,
como una mano sin nadie, el corazón se me cierra".
Manuel Scorza
Mamãe é carioca !

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009
A verdade da Tropa - O livro e Novo Blog.
quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009
Ele - Parte I
Eu o encontrei por acaso, numa lista de debates sobre o relativismo, começamos a conversar, trocar e-mails, e logo estávamos nos falando ao telefone. No início foi difícil acreditar que ele era físico, com PhD em Yale, na net rola cada lorota, mas depois de nos falarmos e eu encontrar o curriculo lattes e várias referências bibliográficas dele, não tive mais dúvidas, o cara era uma sumidade, um dos maiores especialistas em sua área de pesquisa. Então, claro, bateu a insegurança. O que um cara com mais de 20 anos mais velho, que já viajou praticamente o mundo todo, falando vários idiomas fluentemente, que poderia ter as mulheres mais bonitas e interessantes quando quisesse, iria querer com uma estudante universitária, preocupadas com prosaicas provas e estágios, sem charme, sem graça ? O quê? Era impossível não olhar para ele como quem olha para um astro de Hollywood, sei lá, alguém totalmente impossível.
Mas o impossível aconteceu. Nos encontramos e tudo foi inesquecível. Cada segundo. Nunca pensei que pudesse pegar um carro e dirigir 10 horas seguidas, sozinha pela estrada. Foi uma das minhas primeiras descobertas, eu poderia dirigir sozinha Brasil a fora. Praticamente não parei durante a viagem, mapa na mão, o coração aos pulos dentro do peito e o pé pisando lá embaixo no acelerador. Quando eu cheguei ele estava num posto de gasolina na entrada da cidade. Desci do carro, não sei como pois minhas pernas tremiam muito. Ele me deu um dos sorrisos mais lindos que eu já vi, veio e me beijou na boca, simples assim. Fomos para sua casa, quer dizer, super casa, com um jardim enorme, e piscina, ele me apresentou a cada cantinho. O Zé era divorciado da esposa, e sua filha, da mesma idade que eu, morava com ele. Nos encontramos e ela me tratou super bem, estava saindo para viajar.
Não havia nada a ser dito. Não havia palavras que coubessem naquele encontro. Só nos olhamos, olhamos, sorrimos, sorrimos. Conversamos sem rumo até anoitecer. Fomos jantar, ele me mostrou um pouco da cidade e me deixou dirigir seu carro. Eu perguntei se podia correr com o carro dele, e ele respondeu que sim... nunca corri tanto, subia e descia ladeiras que eu não sabia onde iam dar, em alta velocidade. Ele apenas ria muito e dizia que não sabia quem era mais louca, eu ou ele. Jantamos num lugar lindo e ele me falava das figurinhas do mundo acadêmico, de gente que eu só ouvira falar nas revistas científicas, falava do John Maddox (editor da Nature) como se o cara fosse "íntimo", me falava de políticos e figuras que eu só conhecia dos jornais e de como eles eram. Me contou de suas viagens, tinha acabado de chegar da África do Sul onde tinha voado de balão. Até eu falei que me sentia tão pequenininha perto dele. E o que recebi foi uma descrição linda sobre mim mesma. Eu nunca tinha visto em mim as coisas que ele enumerou. Ele narrou fatos da minha vida e como ele os observava e o que queriam dizer e era como se eu olhasse a minha vida de uma outra forma. Depois dele contar a minha vida para mim, passei a ter orgulho "da minha história". Ele me disse que eu deveria ter orgulho da minha história pessoal e nunca mais esqueci isso.
quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009
E por falar em Liberdade: Edith Stein.
(Texto de Elisângela Maria de Jesus e meus grifos)

A conversão de Edith Stein ao catolicismo não supõe renúncia à fenomenologia, quando em 1936, redige sua obra filosófica: Ser finito e Ser eterno, da cela de carmelita, recorda que sua pátria filosófica é a escola de Husserl.
Na busca constante de Edith em compreender o homem, situa em todas as suas obras o homem como ser livre. Na visão steiniana razão e liberdade são constitutivos da pessoa, assim a razão deverá agregar-se à liberdade. O homem nasce para ser livre, porém seguramente o que mais opõe resistência a liberdade, é a própria natureza humana tão complexa. Edith Stein afirma que a pessoa é livre diante de tudo, pois determina sua vida diante de si mesmo. Reconhecendo aqui sua afirmação, o principal determinante para ser livre é o defrontar com seu próprio interior, pois é no mais profundo que está a liberdade para ser. É do lugar mais inconstante, o eu, que o homem está mais próximo de se encontrar e tomar decisões que determinam a evolução do ser, onde as limitações e circunstâncias perdem o poder.
A liberdade para Edith Stein está no plano do auto-domínio e para essa liberdade acontecer o homem deve estar no seu “lugar”. Este lugar não supõe uma subjetividade infrutífera, mas situa-se no constante “devir” da existência humana. Em um momento de sua vida, exclama Edith: “Eis a verdade”, ao ler a autobiografia de Santa Teresa de Ávila, entre um fim de tarde e o raiar do dia seguinte e após, pediu o batismo na Igreja Católica, deixando após anos de inquietação o judaísmo, religião em que fora introduzida quando criança. Em 1933 entra para o Carmelo de Colônia onde viveu uma vida simples de carmelita, com todas as abnegações pertinentes à clausura. Mais tarde é transferida para Echt, na Holanda onde em 1942, a Gestapo invade o carmelo e leva Edith para Auschwitz, aqui revela a liberdade para Edith, quando em silêncio caminha para o holocausto, nenhuma expressão é proferida: resta o silêncio. Morre aos 09 de agosto, numa câmara de gás. Seu caminho constitui-se de escolhas que contribuem para uma apreciação sobre a liberdade do homem que pode ser compartilhada de forma simples e dramática ao mesmo tempo.
Em Edith Stein, não achamos respostas para o homem conseguir a liberdade, uma vez que estar livre é consentir estar. Não deriva do pensamento Steiniano a verdade plena do homem, mas a percepção do caminho, das escolhas, das decisões que são tomadas a partir do próprio homem diante de si mesmo. A resignação, o silêncio, pode ser ou não liberdade. A angústia da morte, neste caso o holocausto, permite ao silêncio, uma série de interpretações subjetivas a partir do nosso próprio conceito de liberdade.
E este conceito, nasce e morre a cada instante, pois somos senhores e escravos dos nossos atos, determinamos a vida diante de nós mesmos. Não cabe aqui concluir nada, pois o homem com toda sua limitação, não se opõe a gozar de liberdade, uma vez que esta é constitutiva de seu ser e legitimada pelo livre arbítrio.
terça-feira, 10 de fevereiro de 2009
Porque mudei a foto de abertura do blog ?
Mas observando melhor, tinha algo de doloroso, de abandono, de triste naquela foto.
Já a foto atual foi feita quando eu estava muito bem acompanhada numa praia deserta no interior da Bahia. Um mar enorme, de ondas tranquilas, areia branquinha e muito sol. Não pensei duas vezes em cair n'água, completamente nua. Ela conserva a sensação de liberdade, porém com mais calma, alegria, menos dor e solidão que a anterior.
Minha vida na Bahia - Parte I.
Não consigo, é impossível pensar nisso sem sentir a solidão infinita de minha mãe. Sem vê-la olhando para os lados, sem mãe, sem marido, sem emprego, sem chão. Se fechar os olhos consigo imaginá-la à noite, chorando, o coração apertado.
Na Bahia fomos morar na casa de minha avó. Lá moravam muitas outras pessoas. Meus tios e tias, e alguns primos. Era uma casa grande, muito simples e cheia de gente. Conheci minha bisavó. Uma senhora já bastante idosa, sempre deitadinha em sua cama onde nós lhe pediamos bênção. Conheci tantos outros tios e primos, pois a familia de meu pai é enorme. Conheci uma tia de papai que chamamos Litinha, ou simplesmente "mãe-tia" por ter cuidado de seus sobrinhos com se fosse mãe destes. Lembro vagamente de sua casa. Ficava à beira de um rio chamado "Rio Cachoeira" e atravessava a cidade de Itabuna. Tenho algumas fotos que tirei na margem desse Rio. Mamãe fala que minha prima Lana fazia xixi no chão e o xixi ficava por lá, até secar naturalmente. Certamente isso deve ter aterrorizado minha mãe que tem uma noção de cuidado com a casa muito forte.
Tenho poucas lembranças desse período. Ficamos por lá aproximadamente um ano. Mamãe não se acostumou a casa de minha avó baiana, uma casa cheia, confusa, sem espaço para nós, tão diferente da casa de minha avó italiana, sua mãe e sua maior referência, assim como ela é a minha.
segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009
Antíteses - Parte II
Porque eu sou a primeira e a última
Eu sou a venerada e a desprezada
Eu sou a prostituta e a santa
Eu sou a esposa e a virgem
Eu sou a mãe e a filha
Eu sou os braços de minha mãe
Eu sou a estéril, e numerosos são meus filhos
Eu sou a bem-casada e a solteira
Eu sou a que dá a luz e a que jamais procriou
Eu sou a esposa e o esposo
E foi meu homem quem me gerou em seu ventre
Eu sou a mãe do meu pai
Sou a irmã de meu marido
E ele é o meu filho rejeitado
Respeitem-me sempre
Porque eu sou a escandalosa e a discreta.
Antíteses - Parte I
A REVOLTA DOS DÂNDIS
(Engenheiros do Hawaii)
Entre um rosto e um retrato, o real e o abstrato
Entre a loucura e a lucidez,
Entre o uniforme e a nudez
Entre o fim do mundo e o fim do mês
Entre a verdade e o rock inglês
Entre os outros e vocês
Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão
Entre gritos e gemidos, entre mortos e feridos
(a mentira e a verdade, a solidão e a cidade)
Entre um copo e outro da mesma bebida
Entre tantos corpos com a mesma ferida
Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão
Entre americanos e soviéticos, gregos e troianos
Entra ano e sai ano, sempre os mesmos planos
Entre a minha boca e a tua, há tanto tempo, há tantos planos
Mas eu nunca sei pra onde vamos
Eu me sinto um estrangeiro
Passageiro de algum trem
Que não passa por aqui
Que não passa de ilusão