sábado, 24 de abril de 2010

Aprazível

Perdida de mim.

Alguém sabe onde estou? onde me encontro? Por que foi que eu me desencontrei de mim?
Não sei mais onde eu quero que minhas pernas me levem. Não sei mais o que eu quero dizer. E desconheço por que a comida perdeu o sabor.
Não ter uma turbulência dentro de mim, ver águas tão calmas, me desconcerta.
Sinto como um desses soldados que após tantas e tantas guerras, voltam para casa e acham tudo um tédio.
Não me sinto bem desfilando com uniforme limpinho, peito coberto de medalhas, para ser aplaudida por crianças do playzinho.

terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Série Músicas Dentro de Mim: Eu não Gosto de Bom Gosto

"O que eu não gosto é do bom gosto, eu NÃO GOSTO DE BOM SENSO...
Eu gosto dos que tem FOME, dos que MORREM DE DESEJO, dos que SECAM DE DESEJO, dos que ARDEM..."
E entre as coisas que eu detesto, eu detesto a suposta "monogamia" do casamento. Só há uma única e verdadeira fidelidade: Ao que somos! E se somos, ao deixar de ser "pelo outro", traimos a nós mesmo. O que é a monogamia? Nos comprometer a fazer sexo única e exclusivamente com uma pessoa para sempre? Independente do nosso desejo? Pois eu desejo muito, todos, todas, tudo!

Série Músicas Dentro de Mim: Bicho de Sete Cabeças




Não dá péNão tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem jeito mesmo
Não tem dó no peito
Não tem nem talvez ter feito
O que você me fez desapareça
Cresça e desapareça...
Não tem dó no peito

Não tem jeito
Não tem ninguém que mereça
Não tem coração que esqueça
Não tem pé, não tem cabeça
Não dá pé, não é direito
Não foi nada
Eu não fiz nada disso
E você fez
Um Bicho de Sete Cabeças...
Não dá pé

Não tem pé, nem cabeça
Não tem ninguém que mereça (Não tem ninguém que mereça)
Não tem coração que esqueça (Não tem pé, não tem cabeça)
Não tem jeito mesmoNão tem dó no peito (Não dá pé, não é direito)
Não tem nem talvez ter feito (Não foi nada, eu não fiz nada disso)
O que você me fez desapareça (E você fez um)
Cresça e desapareça... (Bicho de Sete Cabeças)
Bicho de Sete Cabeças!

Bicho de Sete Cabeças!
Bicho de Sete Cabeças!

E essa vontade, esse bicho de sete (mil) cabeças dentro de mim... A vontade de desestir, de ir, de arrancar, essa dor do peito, à faca e sangrar, e doer e morrer, junto com o bicho...

sábado, 10 de outubro de 2009

Sei das besteiras que faço.

"Sei das besteiras que faço, das besteiras que falo, de onde vêm os hematomas. Dos medos e dos fracassos. Sei o que penso na insônia ou quando dou uma esmola. Quando digo minha glória e penso nos vestidos. Sei das noites bebidas, nos copos sujos e conheço cada pedaço da rua. Conheço um pouco de tudo e sei que digo mentira quando digo “Sei de tudo”. Falo demais sobre mim e quando vejo já disse algumas verdades .." (Fernanda Young)

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Série: Músicas dentro de mim

"Avassaladora, senta no seu colo, lambe o pescoço, morde a orelha, enfia a língüa por entre seus dentes, tomando toda a sua boca. Ela é louca muito louca e ele adora sua mão apertando o que deseja com calor e com carinho, ensinando o caminho da loucura e acabando com seu medo de não poder. E o macho se solta, se larga, se acaba na mão da rainha com todo prazer... E o macho desmonta num grito de gozo na mão da rainha e desmaia de tanto prazer"

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

As besteiras de menina...


"Mas ela ao mesmo tempo diz que tudo vai mudar. Por que ela vai ser o que quis inventando um lugar, onde a gente e a natureza feliz, vivam sempre em comunhão e a trigresa possa mais do que o leão" (Caetano)

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Já passei do começo...

"Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa. Eu que rejeito e exprobro o que não for natural como sangue e veias descubro que estou chorando todo dia". (Adélia Prado)

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Só um retrato ... Mas como dói.

Vigário Geral, eu e mamãe.

sábado, 23 de maio de 2009

Essa palavra presa na garganta

Cálice

Composição: Chico Buarque e Gilberto Gil

Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
Pai! Afasta de mim esse cálice
De vinho tinto de sangue!
Como beber dessa bebida amarga
Tragar a dor, engolir a labuta ?
Mesmo calada a boca resta o peito
Silêncio na cidade não se escuta.
De que me vale ser filho da santa ?
Melhor seria ser filho da outra
Outra realidade menos morta
Tanta mentira, tanta força bruta.
Como é difícil acordar calado
Se na calada da noite eu me dano
Quero lançar um grito desumano
Que é uma maneira de ser escutado.
Esse silêncio todo me atordoa
Atordoado eu permaneço atento
Na arquibancada prá a qualquer momento
Ver emergir o monstro da lagoa...
De muito gorda a porca já não anda (Cálice!)
De muito usada a faca já não corta
Como é difícil Pai, abrir a porta(Cálice!)
Essa palavra presa na garganta
Esse pileque homérico no mundo
De que adianta ter boa vontade ?
Mesmo calado o peito resta a cuca
Dos bêbados do centro da cidade...
Talvez o mundo não seja pequeno(Cálice!)
Nem seja a vida um fato consumado(Cálice!)
Quero inventar o meu próprio pecado(Cálice!)
Quero morrer do meu próprio veneno(Pai! Cálice!)
Quero perder de vez tua cabeça(Cálice!)
Minha cabeça perder teu juízo(Cálice!)
Quero cheirar fumaça de óleo diesel(Cálice!)
Me embriagar até que alguém me esqueça(Cálice!)
Eu hoje só queria uma coisa, uma única coisa: Não existir e poder perceber que não seria preciso muito para ser esquecida.